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Paraguai: Benfica acusado de associação criminosa e lavagem de dinheiro

Sexta-feira, 02.09.16

“Não é de surpreender, diz-se que o futebol paraguaio é qualificado para transações fraudulentas, como a evasão fiscal e lavagem de dinheiro. Lacunas, um controlo do sistema frágil e a cumplicidade de algumas autoridades apoiam a trama escura do que, muitos falam, mas poucos sabem”

 

A história é contada no programa “Caja Negra” do “Unicanal”. Há um ano atrás, em 1 de julho de 2015, foi anunciada uma das contratações mais marcantes no futebol paraguaio, pelo Benfica. O Benfica contratou o avançado paraguaio do Rubio Ñu, Francisco Vera Gonzalez, por quem pagou $3.140.000 (cerca de 2,8 milhões de euros), uma quantia elevadíssima tendo em conta o valor de outros jogadores com muito maior prestigio no futebol paraguaio.

 

No entanto, Vera Gonzalez, 21 anos, não jogou um minuto sequer na equipa principal do Benfica e foi colocado no Benfica B, onde jogou 16 jogos e marcou apenas um golo.

 

Hoje, o jogador que assinou por mais de 3 milhões de dólares pelo Benfica (então ele teve que receber 600.000) voltou para o Paraguai, e dedicou-se a um pequeno negócio de venda de equipamentos desportivos na Ciudad del Este, como constatou a investigação para o programa “Caja Negra” do “Unicanal”

 

O contrato é assinado pelo presidente e gerente do Benfica, Luis Felipe Vieira e Domingos Soares Oliveira, respetivamente, bem como Ruben Ruiz Diaz e Carlos Alberto Gamarra, presidente do Rubio Nu e empresário do jogador . A imprensa Portuguesa enfatizou o passado como jogador de Gamarra, que jogou no clube lusitano.

 

No contrato publicado no “Football Leaks”, o acordo para a transferência foi realizada sob os seguintes modos de pagamento: A soma de 140.000 dólares a 15 de Abril de 2015, paga através de uma transferência bancária para a conta indicada por escrito pelo Rubio Ñu ao Benfica, mediante a receção da fatura.

 

Outros 900.000 dólares a 30 de abril de 2015; 100.000 dólares depois de receber o visto internacional entre 1 e 15 de julho de 2015. Em seguida, outros 500.000 dólares a 30 de outubro de 2015; Totalizando 1.640.000 dólares recebidos por Rubio Ñu em 2015. Em seguida, outras três parcelas de 500.000 dólares devidos a 30 de Abril de 2016, 30 de Julho de 2016 e 30 de Dezembro de 2016, completando os 3.140.000 dólares.

 

Os termos do contrato preveem que se o Benfica não cumprir os prazos será penalizado com 100.000 dólares para cada pagamento atrasado. Os 3.140.000 dólares incluem os mecanismos de solidariedade prestados pela FIFA e quaisquer outros direitos de compensação por formação de jogadores.

 

O que é surpreendente é que pelos 1.640.000 dólares já recebidos, o clube Rubio Ñu, nem um único Guarani (moeda paraguaia) declarou ao fisco, como está registado nos registos do Ministério da Tributação (SET).

 

As conclusões a que chegou o programa “Caja Negra” são graves: Benfica e Rubio Nu entraram num esquema de lavagem de dinheiro, mas, como as leis paraguaias são praticamente estéreis, o “negócio” foi feito com todo o sucesso e impunidade.

 

 

 
 

 

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